Basicamente existem três tipos de ateus. Vejamos suas
características básicas.
Ateus "de boa":
Estes simplesmente não creem ou
duvidam da existência de Deus.
Não odeiam Aquele em cuja existência
não creem nem odeiam os crentes e tampouco pretendem “desevangelizar” quem quer
que seja. Eles apenas não tem fé. Não se interessam pelas grandes questões existenciais, não se importam com as realidades além-mundo, mas tampouco pentelham os que creem em algo transcendente. Importam-se só com o que podem ter aqui e agora. Às vezes, até frequentam templos por mera convenção social, convivem tranquilamente com os fiéis e respeitam até os religiosos mais devotos! Não se identificam com o tipo ateísta chato, paranoico, pela-saco e obcecado em vilipendiar a fé alheia.
Não idolatram o Dawkins nem o DeGrasse
Tyson, pois sabem que eles são apenas seres humanos falhos e limitados como
quaisquer outros e sinceramente se perguntam por que eles nunca aceitaram um
debate público com o Lane Craig. Acima de tudo, ateus “de boa” não passam o dia
todo criando memes com alegações risíveis de que a Bíblia é um livro que ensina crueldades e a Igreja perseguia canhotos,
mulheres magras, caolhos, pernetas, gagos e orelhudos na Idade Média.
Lésbica ateia, porém antigayzista, antifeminista e antiateísta: uma livre-pensadora que é uma pedra no sapato da esquerda |
Ateus céticos:
Verdadeiramente céticos são os ateus
que não tem medo de pôr em dúvida até os próprios postulados ateístas e também
não tem medo de se questionar honestamente sobre o que seria do mundo ocidental
sem a herança cultural judaico-cristã que o engendrou.
Estes são usualmente os ateus mais criteriosos,
honestos e intelectualmente livres. Não se agarram a posturas dogmáticas materialistas,
não forjam provas falsas (como o homem de Piltdown) para escorar os seus argumentos
e aceitam debater honestamente com os teístas. Alguns destes céticos de boa estirpe transitam sem medo entre o
ateísmo, o agnosticismo e o teísmo, conforme suas conclusões filosóficas e
científicas mais recentes os movem. Neste seleto grupo poderíamos, talvez, incluir nomes como
Albert Einstein, Carl Sagan, Rodrigo Constantino e Luiz Felipe Pondé.
Matéria do Portal Terra de Fevereiro de 2015 |
Einstein, embora não acreditasse no
Deus pessoal e relacional da Bíblia, admitia a existência de uma Força
primordial responsável pela criação e ordenação do universo e provavelmente inerente ao próprio cosmos. Essa postura
intelectual de Einstein provavelmente era resultante de uma combinação de ceticismo com uma
grande admiração pela fina concatenação de leis que permite a existência do
cosmos.
Sagan, por sua vez, mesmo
sendo bem menos receptivo à “possibilidade Deus” do que Einstein, ao menos
tinha a honestidade de declarar-se “agnóstico” por crer na impossibilidade de
se provar materialmente ou refutar a existência de um Criador.
Constantino, ex-ateísta militante, hoje se posiciona como um agnóstico, admite que não se pode afirmar cientificamente a suposta inexistência de Deus defendida pelos ateístas, reconhece a inegável contribuição do cristianismo para os valores e instituições do Ocidente, condena os regimes totalitários ateus e afirma que o Estado deve ser laico, porém não antirreligioso.
Já Pondé, mesmo não
crendo em Deus como um Ser Pessoal real, já expressou seu fascínio pelo
conceito do Deus judaico-cristão e reconhece, sem “neuras”, a importância do
patrimônio civilizacional de valores e instituições que a cultura
judaico-cristã legou ao Ocidente. Além disso, Pondé admite que o ateísmo de
muitos frequentemente está ligado não a
conclusões filosófico-científicas, mas a emoções negativas e/ou frustrações pessoais, como
declarou em um artigo escrito para a Folha de São Paulo:
“Poucos ateus não
são descendentes de uma criança infeliz e revoltada...”
Ateus militantes (ou
"ateístas"):
São aqueles seres que dedicam horas e
mais horas de suas vidas a inventar factoides e memes para xingar Deus (sim, eles parecem ter uma necessidade louca e incontida de xingar um Ser que eles juram que não existe!) e emporcalhar a imagem
da Igreja e das crenças cristãs.
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Quando pensam nos cristãos, os
ateístas parecem incapazes de visualizar freiras como a irmã Dulce dando de comer
a crianças famintas ou servindo os doentes. Jamais pensam num padre resgatando
um jovem das drogas ou consolando um pai de família angustiado, numa catequista
ensinando crianças a serem boas umas com as outras, num professor medieval ensinando Música, Direito, Medicina ou a Física de Aristóteles, num monge trabalhando, orando
e estudando na quietude do seu monastério, ou naqueles frades medievais que, em
meios a batalhas sangrentas e surtos de peste, arriscavam-se indo até os corpos
agonizantes para tentar socorrê-los ou oferecer-lhes os últimos sacramentos.
Nada disso! O ódio os cega, impedindo que vejam o trabalho caridoso e abnegado
de tantos cristãos em hospitais, asilos, creches, escolas, postos missionários e
serviços paroquiais!
Selo da Univ. de Oxford, fundada no séc. XI. No centro, o lema "O Senhor é a minha luz", em latim. |
Ilustração-resposta de um facebooker farto das empulhações ateístas |
Numerosos hospitais, enfermarias,
orfanatos, asilos, creches, escolas, albergues, missões humanitárias em países
subdesenvolvidos, as primeiras universidades do mundo ocidental (Bologna,
Oxford, Cambridge, Siena, Paris, Salamanca, Fordham, Coimbra, todas as PUC’s,
Padua, Leipzig, Praga, etc.), o método científico experimental (fr. Roger
Bacon), a Química moderna (Lavoisier, Boyle e pe. Gassendi), a Genética (pe.
Gregor Mendel), a Física óptica e os óculos (Grosseteste e Bacon), o
telescópio, o relógio (Wallingford), o patrimônio cultural da antiguidade
(monges copistas), a Física Moderna (Newton), o direito internacional moderno e
a diplomacia (escolásticos de Salamanca), as grandes navegações ultramarinas, a
teoria cosmológica do Big Bang (pe. Lamaître), o mapeamento do DNA humano
(Francis Collins), a arquitetura românica, gótica e barroca, o nosso calendário
(papa Gregório XIII), os avanços na astronomia (cardeal Nicolau de Cusa, pe.
Copérnico, Kepler, pe. Searle, etc.), a relativa pacificação da Europa bárbara
após a queda de Roma, a contenção do avanço do expansionismo islâmico sobre a
Europa, a introdução de conceitos e mecanismos de justiça na Europa bárbara e
nas Américas (o direito de um acusado a se defender em justo julgamento, por
ex.), a Física Quântica (Heisenberg e Planck), o reconhecimento da dignidade da
mulher, a música polifônica, as notas musicais (d’Arezzo), a vulcanologia, a
microbiologia, e a egiptologia (A. Kircher), o desenvolvimento e a humanização
do atendimento hospitalar (São Camilo de Lélis), a radiodifusão (Marconi, pe.
Landell de Moura), o estabelecimento de relações amistosas com o Oriente (S.
Francisco Xavier e Mateo Ricci), a Citologia (estudo das células – pe. Carnoy),
a cromatologia (Malebranche), a descoberta da causa da Síndrome de Down (J.
Lejeune), a cirurgia vascular complexa (A. Carrel), o método da pasteurização
(L. Pasteur), descobertas sobre a eletricidade e o eletromagnetismo (Volta e
Ampére), esforços pela abolição da escravidão (papa Paulo III, Princesa Isabel,
fr. Bartolomé de Las Casas, papa Bento XIV, etc.), serviços de combate à
desnutrição infantil (Pastoral da Criança), a maioria dos centros de
recuperação de dependentes químicos do Brasil, anatomia humana e geologia
(bispo Nicolaus Steno), os primeiros colégios do Brasil (jesuítas), o
refreamento de práticas pagãs cruéis (canibalismo, oferecimento de sacrifícios
humanos aos ídolos, infanticídio), a primeira universidade das Américas
(Universidad Nacional Mayor San Marcos - Peru), a descoberta da osmose (pe.
Nollet), avanços na matemática (Descartes, Pascal, Leibniz, etc.), a
parapsicologia (papa Bento XIV), serviços de ajuda humanitária a pessoas
vítimas de catástrofes naturais e outros males (Cáritas Internacional, Kirche
in Not, SSVP, Liga das Senhoras Católicas, Cavaleiros de Colombo, Aliança de
Misericórdia, Ordem de Malta, Misereor, etc.), enfim, a lista simplesmente não
acaba!...
Muitas vezes, tais ateístas apontam o sofrimento e a morte de crianças e
inocentes como suposta “prova” da inexistência de Deus. Se estudassem um
pouquinho de cosmologia, astrofísica e teologia em vez de basear suas opiniões
apenas em um emocionalismo pueril, saberiam que:
1)
Se Deus não existisse, não haveria crianças, nem adultos inocentes, nem ser
vivo algum, nem planeta Terra, nem cosmos (universo ordenado), nem lugar nenhum
que lhes desse a oportunidade de existirem para fazer tais suposições toscas! Quem
já estudou um mínimo de teologia sabe que os males existentes no mundo, por si
só, não tornam a nossa realidade incompatível com a existência de um Criador
onipotente e benevolente.
2)
De acordo com a própria teologia judaico-cristã, foi por culpa da própria
humanidade rebelde e pecadora que o sofrimento e a morte vieram ao mundo, não
por culpa de Deus! A missão de cada ser humano nesta terra é passar
meritoriamente pelos sofrimentos presentes, carregando a nossa cruz à
semelhança do próprio Cristo, amando a Deus, ao próximo e mantendo a Fé e a
esperança! Não é à toa que a Igreja chama o nosso mundo de Lacrimarum Valle (vale
de lágrimas), e nos motiva a lutarmos nesta vida tendo em vista o Paradisus ou
Regnum Coeli!
3)
Se Deus interferisse o tempo todo pra livrar seres humanos do sofrimento e da
morte, teria que interferir inclusive nas nossas ações e escolhas pessoais,
pois são elas que muitas vezes trazem sofrimento e morte para nós mesmos e para
os outros. Isso seria o fim do livre-arbítrio!
4)
As pessoas que morrem enquanto criança, mesmo aquelas que tem uma morte
dolorosa, são muito mais felizes do que os adultos que levam uma vida de confortos
e prazeres e morrem em pecado, pois as crianças que morrem terão a felicidade
eterna destinada aos inocentes, já os adultos que morrem em pecado grave terão
pela frente apenas o excruciante sofrimento eterno destinado aos ímpios!
Por fim, a este
terceiro e mais deprimente grupo de ateus, os militantes, só me resta deixar
uma lista de sugestões bibliográficas, caso algum deles resolva deixar os rancores e as tolices ateístas de lado e amadurecer intelectualmente.
Para uma introdução à
fragilidade de certos argumentos ateístas:
A Caixa Preta de
Darwin – Michael Behe
Não tenho fé
suficiente para ser ateu – N. Geisler & F. Turek
Deus, a Liberdade e o
Mal – A. Plantinga
A Linguagem de Deus –
Francis Collins
O Enigma Quântico –
Wolfgang Smith
Ciência e Mito – W.
Smith
A Ciência Descobre
Deus – Ariel A. Roth
O Cérebro Espiritual –
M. Beauregard & D. O’Leary
Apologética
Contemporânea – W. Lane Craig
Evolução criativa – A.
Goswami
Deus não está morto –
A. Goswami
O Delírio de Dawkins –
A. Mcgrath & J. Mcgrath
A Física do
Cristianismo – Frank J. Tipler
Uma História
Politicamente Incorreta da Bíblia – Robert J. Hutchinson
Deus em Questão - Armand M. Nicholi Jr.
Para uma introdução à
história negligenciada do cristianismo:
Progresso e Religião – Christopher Dawson
A Vitória da Razão – Rodney Stark
Como a Igreja Católica Construiu a
Civilização Ocidental – Thomas E. Woods Jr.
Cristianismo e Paganismo – J. N. Hillgarth
A Ascensão das Universidades – Charles Haskins
A Inquisição em Seu Mundo – João Bernardino
Gonzaga
A Formação da Cristandade – Christopher Dawson
Luz Sobre a Idade Média – Régine Pernoud
A Igreja Católica em Face da Escravidão – Jaime Balmes
A Igreja e a Escravidão no Brasil – José Geraldo Vidigal de Carvalho
Bula Veritas Ipsa – Papa Paulo III, 1537
(documento que proíbe a escravidão)
The Popes and Science (sem tradução no
Brasil) – James Walsh
Sete Mentiras Sobre a Igreja Católica – Diane Moczar
O crescimento do cristianismo – Rodney Stark
God’s Battalions (s/ tradução no Brasil) –
Rodney Stark
Guia Politicamente Incorreto da História do
Brasil – Leandro Narloch
Guia Politicamente Incorreto da História da
América Latina – Leandro Narloch
Leyendas Negras de La Iglesia (s/ tradução no
Brasil) – Vittorio Messori
Historicamente Incorrecto (s/ tradução no
Brasil) – Jean Sévillia
As Caravelas de Cristo - Gilbert Renault
A Idade Média contada aos meus sobrinhos – R.
Pernoud
A Ascensão das Universidades – C. H. Haskins
Para Entender a Inquisição – Felipe Aquino
Dinâmicas da História do Mundo – C. Dawson
Minhas Cartas – José de Anchieta, sj
Idade Média, o que não nos ensinaram – R. Pernoud
O Outono da Idade Média – Johan Huizinga
Artigo sobre as Cruzadas escrito por um
especialista em História Medieval e Renascentista: http://www.quadrante.com.br/artigos_detalhes.asp?id=101&cat=10
Artigo do mesmo historiador, sobre a
Inquisição: http://www.ocampones.com/?p=9235
Documentário da BBC sobre o Mito da
Inquisição Espanhola: https://www.youtube.com/watch?v=1v_KlCNpzYA
Série apresentada por Thomas E. Woods Jr., historiador e economista, sobre a edificação da nossa civilização pela Igreja: https://www.youtube.com/watch?v=t6bnO7N1AMU&list=PL6D7A861A36186188
Documentário da Reader’s Digest que conta o
triunfo da fé cristã sobre o Império Romano pagão a partir da biografia de Sta.
Helena: https://www.youtube.com/watch?v=H4yuzAOSWzg
Explicação do Prof. Anthony Esolen, da
universidade Providence College, sobre a Idade Média:
https://www.youtube.com/watch?v=U21hxgez2LM
Prof. Felipe Aquino, que foi
diretor da FAENQUIL-USP, explica o medievo:
https://www.youtube.com/watch?v=7LetACae_rk
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