quinta-feira, 28 de março de 2019

Racialismo branco para confrontar a chatice do "orgulho negro"?


Parece haver um nascente movimento de afirmação étnica e cultural europeia se erguendo para fazer frente ao africanismo fomentado pelas instituições de ensino e pela mídia de massas. Trata-se de uma reação ao insistente e aborrecedor discurso do “movimento negro”. Neste sentido, há uma página no Facebook intitulada "Movimento Branco". Nela, lemos o seguinte.

Sobre a notícia "Com a ascensão do paganismo nórdico, número de adoradores de Thor duplica na Islândia":

"Algumas pessoas estão se convertendo às religiões dos seus antepassados distantes. Que magnífico! [...] Para defender a Europa, as comunidades eurodescendentes fora dela, a raça branca, os idiomas, as culturas e os estilos de vida delas, não precisamos ter uma religião, necessariamente. Porém, se sentirmos essa necessidade, o ideal é que seja alguma pagã europeia, preferencialmente, da sua ancestralidade majoritária."

Sobre "LGBTs brancos":

"Lembrando que LGBTs assumidos formam uma parcela populacional considerável, 5-10%, dependendo do país. Seria melhor se os LGBTs brancos se sentissem representados pela direita e pelo movimento branco, defendessem a cultura e os valores europeus, casassem entre si, adotassem ou contratassem barrigas de aluguéis (sic) para ter filhos brancos. Vocês não acham?"
Que maravilha! O “movimento branco” facebuqueano é, além de racialista, filo-pagão e pró-gayzismo! Sim, senhor. Estão de parabéns! hahah

(Nessas ocasiões eu agradeço a Deus não só por ter nascido num país católico, cuja fé "não faz distinção entre judeus e gregos", mas também por ser mestiço e ter nascido num país que desde os seus primórdios incentiva a mestiçagem como forma de estimular a fraternidade entre os povos e evitar o surgimento de tolices racialistas quaisquer. Viva o Caramuru! Viva Bonifácio!)

Veja, é estultice querer combater o africanismo com europeísmos. Combater racialismo com outro racialismo é como combater o sarampo com uma cepa de varíola! Vai dar errado na certa, pois ambos são doenças!
Qualquer forma de racialismo só pode ser combatida com a afirmação científica (e cristã) da indistinção essencial entre as raças humanas (embora haja evidentes distinções acidentais).

O racialismo só pode ser eficazmente combatido pela afirmação da humanidade intrínseca que torna o nórdico sueco semelhante, próximo, irmão até do mais pequeno e enegrecido aborígene australiano. (Eles são menos distintos entre si do que um poodle é distinto de um rottweiler, embora ambos sejam cães como os primeiros são ambos homens.)

Mas a cultura europeia não é mesmo superior?

Não é tão simples. O progresso civilizacional que a Europa experimentou a partir da idade média deve-se a três fatores: dois menores e internos (mediterrâneos, na verdade) e um externo e maior, mais importante.

O fator civilizacional externo, maior e mais importante é o cristianismo, oriundo do Oriente. Sem ele, a história da Europa teria sido muito diferente (e certamente muito pior).

Os outros dois menores são a cultura grega e certas contribuições do império romano, como a sua jurisprudência, a organização política e o trânsito de mercadorias e informações dentro do império, a difusão de elementos culturais de raiz helênica e de uma língua comum, entre outros.
Sem esses fatores civilizacionais, a Europa central e setentrional (Áustria, Alemanha, Polônia, França, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Suécia, Rússia, etc.) seriam nada, continuariam sendo povos culturalmente irrelevantes e bárbaros.

As sociedades germânica, eslava, saxã ou celta antigas, pré-cristãs, eram bastante rudimentares e menos evoluídas do que as sociedades indiana ou chinesa, por exemplo.

Por outro lado, com a difusão do helenismo, o norte da África teve um período civilizacional consideravelmente mais avançado que a Europa setentrional. Basta pensar no que foi a grande biblioteca de Alexandria, por exemplo. E a Etiópia teve um reino cristão próspero bem antes de o norte da Europa ser resgatado das trevas do paganismo e da barbárie.

Talvez possamos dizer até que a Europa é mais devedora do que credora dos elementos que formaram a civilização europeia. (Exceto a Grécia, naturalmente.)

África e Oriente Médio só não alcançaram o mesmo nível de civilização que a Europa atingiu na Idade Média tardia porque naquelas regiões o desenvolvimento foi abortado por um elemento de retrocesso civilizacional: o islamismo. (Este trouxe, em certo sentido, um neobarbarismo, conservando práticas como a captura e comércio de escravos, por exemplo.)

Sociedades islâmicas até assimilaram elementos da cultura helênica (há quem diga que o próprio Aristóteles chegou ao conhecimento dos europeus e foi estudado pela escolástica através dos árabes) e não se pode dizer que eram sociedades desorganizadas ou avessas às ciências, mas o cristianismo provou-se certamente mais favorável ao progresso intelectual e moral dos povos.

De qualquer forma, não é exato dizer que "as culturas europeias" (no plural) foram desde sempre mais civilizadas ou desenvolvidas do que as africanas, as asiáticas ou as ameríndias, a menos que ignoremos o período pagão, pré-cristão do continente europeu.

Verdade seja dita, a Europa central e setentrional era um pântano pagão bárbaro até o cristianismo vir do Oriente e começar a transformá-la numa civilização decente. E esse processo levou vários e vários séculos pra ser concluído.
Um saxão (europeu) do séc. I, por exemplo, era provavelmente mais atrasado em termos socioculturais e tecnológicos do que um inca (ameríndio) ou um egípcio (africano). A sorte das culturas primitivas geralmente só muda quando elas são finalmente redimidas e libertadas de seus grilhões ancestrais e seus entraves sociais pelo anúncio do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Mais tarde, todas as ideologias que afundaram o Brasil e outros países do terceiro mundo em crises e retrocessos foram importadas da Europa – desde o positivismo comteano (que, em conluio com o republicanismo liberal maçônico, favoreceu o golpe na nossa modelar monarquia constitucional parlamentarista) até o socialismo gramsciano petista. Foi justamente certa "cultura europeia" pós-moderna que desgraçou não apenas conosco, mas com o Ocidente inteiro.

Sim, certos "eurodescendentes" e suas ideologias estultas foram responsáveis pelo fim do pujante Império do Brasil. "Eurodescendentes" criaram o positivismo comteano, o republicanismo liberal maçônico e o socialismo, cujas variações exterminaram cerca de 100 milhões de pessoas só no século passado, sem falar em diversas outras belas porcarias ideológicas importadas da Europa.

Por outro lado, certas partes da África são hoje até um foco de salutar resistência conservadora, como podemos ver no documentário “Cultural Imperialism: The Sexual Rights Agenda” ou nos discursos do cardeal guineano Robert Sarah, por exemplo.

Antes mesmo de a ciência moderna constatar a indistinção essencial entre todos os homens das mais variadas etnias, o cristianismo já havia abolido toda separação entre os homens. A Nova Aliança em Cristo destrói o muro que separava os hebreus dos gentios.
A Epifania do Senhor ante os "magos do Oriente" é um símbolo da
Verdade Encarnada que veio redimir e congregar indistintamente todos os povos
Saulo, israelita orgulhoso, por graça de Cristo acaba indo pregar aos "gentios" do norte e termina chamando-os de "irmãos".

Marcos vai aos pregar egípcios. (Os cristãos coptas do Egito consideram consideram o evangelista como o apóstolo particular deles.)

Tomé teria percorrido grandes distâncias na Ásia e chegado até a longínqua Índia!
Felipe oferece o batismo ao eunuco da Etiópia que ouve o seu Evangelho, fazendo-o seu irmão.

Não há guetos e comunidades étnicas fechadas para um autêntico cristão.

É claro que não há nada de errado no fato de alguém ver mais beleza em pele clara, olhos azuis, cabelos louros e modos franceses do que em pele escura, cabelo black power e modos congoleses. (Ou vice-e-versa.) Até aí é só uma questão de gosto.

Ninguém é moralmente obrigado a se casar e ter filhos com pessoa de outra raça e ninguém precisa comungar das ideias de Bonifácio e achar a miscigenação uma coisa ótima (embora também não dê pra negar que ela favorece mais a harmonia e a coesão social do que um purismo racialista qualquer).

Contudo, é preciso entender também que o projeto de poder da esquerda pós-moderna (a chamada New Left) inclui retomar, em maior escala, o "divide et impera", que já era uma estratégia de conquista conhecida dos romanos.
A esquerda simula ser "a voz" dos negros e pardos, que são a maioria, a fim de falar por eles e
cooptá-los politicamente. Quando, contra ela, se ergue um "movimento branco", é como se este estivesse
reconhecendo-a como tal e dando a ela uma legitimidade neste papel capaz de conferir um poder incalculável.
O jogo do esquerdismo hoje é dividir a sociedade (em raças e outros grupos identitários, minorias sexuais, etc.) para gerar conflitos artificiais, fragmentar e sabotar a organização civil, tornando mais fácil o controle desses grupos pelo partido.

Assim sendo, apoiar um movimento afirmativo branco ou uma "legião identitária" (outra iniciativa online que vai na mesma linha de afirmação de superioridade euro-étnica) para fazer oposição ao "movimento negro" e seu discurso de afirmação "afro" é o mesmo que aceitar o projeto de divisão; é cair, como patinho, no jogo da esquerda.

Nunca passou pelas cabecinhas alvas dos líderes do movimento branco que eles estão apenas dançando conforme a música daqueles manipuladores que são, supostamente, os seus maiores adversários?
A "Legião Identitária" promove o racialismo branco e o paganismo de raiz europeia.
Porém, sua página no Facebook é seguida por muitos mestiços e até negros conservadores
que, inadvertidamente, compartilham as postagens da page contra o discurso e a militância de esquerda
É ótimo para o esquerdismo que haja um "movimento branco" para ser contraposto ao "movimento negro". E quanto mais supremacista e/ou segregacionista for, melhor! Isto é um belo presente para os intelectuais progressistas e seus planejamentos estratégicos junto aos partidos comunistas! É autossabotagem!

(Além de consistir num inegável e triste retrocesso científico, ético e espiritual, pelas razões já mencionadas.)

Mas, enfim, se um Estado se pretende adepto de um liberalismo democrático, o direito a um purismo racialista branco, por mais tolo que seja, não pode ser legalmente negado enquanto houver, de outra parte, um racialismo negro sendo fomentado pela mídia e pelas universidades.

E assim ambos os lados vão seguindo, aferrando-se a frivolidades "de raça" e ajudando a dividir a nação e fragmentar a sociedade civil, do jeito que o diabo gosta!