terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Cardeal Burke aponta consequências da feminilização da Igreja



Recentemente vieram à lume declarações nada "politicamente corretas" do cardeal Raymond Leo Burke ao The Washington Post. Nelas, o corajoso prelado - que já cobrou posturas menos ambíguas e confusas até do papa Francisco - atribui o afastamento do público masculino dos meios católicos a uma excessiva "feminilização" da Igreja nos últimos tempos.
 




Segundo o cardeal, “as atividades da paróquia e até da liturgia foram influenciadas pelas mulheres e se tornaram tão femininas em diversos lugares que os homens não querem se envolver”.

A aceitação de meninas para a função de coroinhas (anteriormente exercida apenas por meninos) também seria um fator de desestímulo ao surgimento de vocações masculinas para o sacerdócio, o que implicaria na diminuição do número de padres.

Nada contra as garotas; às vezes elas até servem o altar de modo mais reverente do que os guris. Porém, uma vez que elas passaram a assumir um serviço antes reservado aos meninos, este ofício perdeu o seu caráter masculino e, portanto, deixou de ser atraente para os garotos e deixou de ser uma ponte para os seminários onde se formam os sacerdotes.

Atualmente há mais meninas do que meninos servindo o altar


Burke sugeriu, ainda, que a ideologia feminista, na medida em que incita as mulheres a exigirem sempre mais "direitos", estaria gerando o efeito colateral de predispor menos os homens a se comprometerem em relacionamentos duradouros com as moças. 

 

Confira as declarações do cardeal: http://www.padremarcelotenorio.com/2015/01/cardeal-burke-afirma-igreja-feminilizada-e-meninas-coroinhas-contribuiram-para-a-escassez-de-padres/







De fato, o que o cardeal constata é perfeitamente verificável, inclusive na realidade eclesial brasileira. Em quase todas as paróquias, a participação das mulheres nas Missas e nas atividades pastorais católicas é muito superior à participação dos homens. O afastamento dos homens pode ser derivado, em parte, do tipo de liturgia adotada hoje em muitas paróquias.

Falta de seriedade na liturgia pode explicar evasão de homens






 O rapaz que vai à Missa esperando encontrar um ambiente de sacra reverência e de respeito solene, mas se depara com um showzinho de coreografias dançantes e músicas animadinhas ritmadas por palmas, pode se sentir um "estranho no ninho"! Se cada Missa não for uma ocasião propícia para a meditação reflexiva, mas reproduzir a mesma dispersão barulhenta que se vê no mundo, ela pode ser muito desmotivadora, sobretudo para um rapaz sério, a menos que ele seja ciente do valor intrínseco do Sacrifício expiatório do Senhor, oferecido em cada Missa.



Infelizmente acontece frequentemente que, se a Igreja não atrai, o mundo atrai! Se o rapaz não se sentir fascinado por Cristo e pela Igreja, ele pode se afundar nas coisas mundanas associadas ao universo masculino para afirmar sua identidade. E essas coisas, muitas vezes, incluem vícios autodestrutivos, como a bebida e a pornografia, que levam a um caminho de degradação.

É por isso que, nos últimos anos, iniciativas como a do "terço dos homens" tem sido adotadas em muitas paróquias para resgatar o público masculino para a Igreja. No terço dos homens, os rapazes e senhores se reúnem para rezar o Rosário à sua maneira, sem a presença das mulheres. Isso claramente os ajuda a fortalecer sua identidade religiosa enquanto homens católicos.


O problema é que há clérigos que, por motivos ideológicos, são contrários às iniciativas que buscam resgatar o lugar dos homens na Igreja, embora o terço dos homens, por exemplo, esteja conseguindo trazer tantos barbudos de volta para a comunidade de fé!... Para os clérigos modernistas, isso é "coisa de tradicionalista", é "segregacionismo", é "pré-conciliar", é sei-lá-o-quê... Eles não se dão conta de que a espiritualidade do homem é diferente da espiritualidade da mulher e que a Igreja não deve dissolver essas diferenças naturais, mas sim favorecer o crescimento espiritual de ambos a partir das especificidades de cada um! 

Na verdade, percebe-se que certo clero mais "aberto" às novidades do mundo tem MEDO de um crescimento da espiritualidade masculina na Igreja justamente porque esta tende a ser menos receptiva aos modernismos, progressismos e mundanismos que tais clérigos promovem! 

Explico: o espírito feminino tende mais a ser mais flexível, condescendente e maleável, enquanto o masculino tende a ser mais ordenador, conservador, resistente e combativo. Logo, é evidente que o último pode oferecer mais resistência aos modismos progressistas que vão se impondo à revelia da legítima doutrina cristã.



É claro que a Igreja deve ter espaço tanto para quem se identifica com Santa Teresinha quanto para quem se identifica com São Luís IX ou São Pio X, mas há padres progressistas que receiam ceder espaço pra ambos e perder a hegemonia que conquistaram para levar a cabo seu infame projeto de acomodação da Igreja às modas do mundo contemporâneo.

Se os religiosos inacianos, por exemplo, deixassem crescer na sua ordem o jesuitismo dos tempos de Anchieta, incomparavelmente mais viril do que o estilo dos jesuítas atuais, seria o FIM da maldita influência da Teologia da Libertação nesta ordem. Neste caso, também estaria com os dias contados todo o apoio que a Companhia de Jesus tem dado, no Brasil, às novas tendências comportamentais liberais que se impõem como "politicamente corretas"! Em suma, se o carisma de Santo Inácio voltasse a reinar na Societas Jesu, todo o projeto modernista-liberal dos atuais jesuítas estaria arruinado! 




E se o carisma de um São João Mª Vianney ou de um São Pio X voltasse a predominar na Igreja, os próprios textos do Concílio Vaticano II seriam logo reinterpretados (numa ótica menos de ruptura liberal e mais de continuidade com a tradição) e o projeto progressista de forçar uma conformação da Igreja com as tendências mundanas estaria fadado ao fracasso! Por isso os modernistas relutam tanto em ceder espaço para as formas mais masculinas de vivência da fé. 

O laxismo moral e a heterodoxia alimentam-se de uma espiritualidade feminilizada, infelizmente muito difundida entre os fiéis, que tende a rejeitar posturas doutrinais mais claras e firmes ao passo que estimula uma atitude mais permissiva e acomodatícia. A Igreja parece ter se esquecido de que o seu primeiro dever como Mãe não é mimar os filhos, mas sim educá-los na Fé e alertá-los sobre as consequências futuras de seus atos presentes.