sexta-feira, 4 de maio de 2018

Desconstruindo o conceito de Freud sobre a religião

Se, como apregoava o "pai da psicanálise", as religiões e a crença de tantas pessoas em Deus não passam de autoenganos e ilusões causados pela necessidade do homem de sentir-se protegido por um pai poderoso (isto é, pela sua insegurança), pela necessidade de se inebriar de algo que lhe tire o foco da realidade presente (a fim de poder suportar o sofrimento e a miséria da vida humana) ou, ainda, pela necessidade de cultivar a esperança numa existência que lhe permita subsistir para além da inexorável morte (isto é, pelo medo de morrer), então como explicar que mentes tão ou mais científicas que a de Freud tenham considerado perfeitamente razoável crer em Deus?
Tomando essa premissa freudiana por verdadeira, todas as pessoas prósperas (de situação financeira confortável), saudáveis e que lidam diretamente com ciências que envolvem um alto grau de racionalização deveriam ser ateias. O que não se confirma a partir da observação da realidade. Se tal premissa fosse verdadeira, não seria possível a existência de cientistas brilhantes, prósperos e teístas, como Max Planck, Benjamin Carson, Frank Tipler, Francis Collins, John Barrow, Louis Pasteur, Antoine Lavoisier, Gregor Mendel, Nicolau Copérnico, Isaac Newton, Santiago Moure, Landell de Moura, Alexis Carrel, e tantos outros. 

Creio que Freud até deu algumas contribuições importantes para a compreensão da psique humana, mas muito do que ele escreveu não passava de palpite. Sim, em diversos assuntos sobre o quais escreveu, Freud não passou de um palpiteiro. Entretanto, muitas bobagens que Freud escreveu são disseminadas à exaustão (e às vezes elevadas indevidamente à categoria de dado científico) porque são úteis a um certo projeto político e cultural. 

Naquilo que Freud parece útil aos ideólogos de esquerda (como seu ateísmo e seu pan-sexualismo), eles assimilam e espalham, mas naquilo de Freud que lhes desagrada (como seu machismo), eles nem mencionam. Portanto, não levemos Freud e os freudianos tão a sério... Lembre-se da desgraça que freudianos como Reich e Marcuse fizeram à cultura dos países ocidentais.

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