Definitivamente, os acadêmicos mais renomados das nossas universidades públicas vivem hoje em um universo paralelo, um mundo à parte criado por eles num ímpeto de fuga e auto alheamento da concretude terrena, um reduto mental totalmente apartado do mundo real. De lá, julgam poder analisar (e deplorar) a realidade deste nosso Brasil sem reconhecê-la de fato.
Alardeiam "golpes", usurpações e abusos do judiciário onde ocorreram apenas procedimentos corretivos perfeitamente regulares (e até inescapáveis, tanto quanto necessários) dentro da normalidade de um Estado democrático de direito. Choram e lamuriam o "crepúsculo" da democracia brasileira quando o que há de fato é a aurora de uma representatividade política real, de uma verdadeira correspondência entre as legítimas aspirações da população brasileira - aspirações há muito reprimidas, manipuladas ou diluídas pelos poderes dominantes - e as instituições públicas que deveriam empenhar-se por traduzi-las em atos de governo.
Bons tempos aqueles... não?... |
"Democracia" segundo os acadêmicos |
Enquanto celebramos o fim da manipulação da opinião pública (e da captura do Estado por uma agenda partidária que se provou altamente nociva e perversa) e festejamos o efeito mais radiante desse despertar da consciência popular, que é a ascensão de um governo que poderemos chamar, com alguma propriedade, de democrático (finalmente!), as grandes mentes esclarecidas da elite acadêmica lamuriam, como velhas carpideiras, o "ocaso da democracia" no Brasil...
Isso já não é mais um efeito de paralaxe cognitiva. É esquizofrenia auto induzida!
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