Na sua entrevista para o programa
Roda Viva da TV Cultura no último dia 29, o escritor especialista em Marx e professor
emérito de Filosofia da USP José Arthur Giannotti repetiu alguns clichês prematuros que temos ouvido ad nauseam da boca dos
críticos do presidente recém-eleito Jair Bolsonaro, mas também elogiou as inovações
tecnológicas do agrobusiness e sugeriu que o Brasil precisa se integrar aos novos
conhecimentos do capitalismo global e se tornar mais eficiente na geração de
riquezas.
Giannotti também admitiu certas realidades que, via de regra, não se espera
ouvir de um filósofo da USP especialista em Marx:
“Estamos numa crise econômica
miserável, nos recuperando de uma das maiores recessões da nossa história,
provocada pelo governo Dilma.”
“Existe um perigo sério na
universidade que, vamos dizer francamente, ela se politizou demais! Nós temos,
na nossa Faculdade de Filosofia (FFLCH-USP), na ECA (Escola de Educação e
Artes-USP) e assim por diante, nós temos uma situação política de extrema
sensibilidade! Eu acho que esse clima [ideológico] precisa abaixar! Não se
abaixa esse clima através de censura e através de outras invocações, mas que a
universidade precisa passar por uma reforma profunda, eu acredito que sim!”
“A universidade está tomando
posições políticas apressadamente ou, ao menos a meninada das universidades e
certos professores, estão tomando posições políticas de uma maneira muito rápida
e de uma maneira que não implica justamente num diálogo político! Há
verdadeiras carreiras políticas feitas nas universidades com determinadas
linhas. Isso precisa terminar. Nós precisamos ampliar a discussão política nas
universidades. Não diminuí-la, mas ampliá-la e respeitar as diversas posições.”
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