Ainda bebê, os pais levam Jack à pia batismal. Mais tarde, impressionado pela visão de criminosos condenados, ora: “Ajude-me
a não desrespeitar meu pai. Ajuda-me a não atiçar os cachorros... Ajude-me a ser
grato por tudo que tenho... Onde você mora?... Ajuda-me a não mentir...Você está me
vendo?... Quero saber o que Você é. Quero ver o que Você vê.”

Mas, quando um de seus amigos morre afogado na piscina, Jack questiona a bondade de Deus: “Por que eu deveria ser bom, se
você é...?” Vê incoerências entre o discurso e a conduta do pai, detesta suas mentiras, exigências e o jeito durão com que os trata, o que
alimenta um senso de revolta em seu interior. A tentação está sempre presente,
insinua-se como a serpente do Éden; na estimulação agressiva dos outros moleques (quebrando vidraças e explodindo ninhos de pássaros com bombinhas), nos
pensamentos hostis ao pai, nos desafios feitos ao irmão, no protesto de insubmissão que dirige à mãe: "Não quero fazer o que você me manda. Quero fazer o que eu quero."
Jack censura a mãe por ser submissa ao pai. É crescente a sua rebeldia. Abusa da confiança do irmão. Deita água sobre sua pintura e a estraga por pirraça ou, talvez, inveja!
Desafia o irmão mais novo a
enfiar um fio metálico no bocal do abajur. O pequeno receia, mas enfim faz o
que o irmão pede e diz “Eu confio em você”. E depois põe também o dedo no bocal. Ele parece conservar a inocência perdida por Jack. Depois, diz ao irmão menor para botar o
dedo na boca do cano da espingarda de pressão e atira! Machucado, o irmão sai
correndo e chora.
E ouvimos Jack pensar:
“O que eu quero fazer, eu não posso. Eu faço o que eu odeio.”... É praticamente
uma paráfrase do que escreveu São Paulo Apóstolo em Romanos 7,19. Jack está a conjecturar sobre a nossa inclinação para o
mal, herança da culpa original. O antagonismo entre inocência e violência, tanto no interior de Jack quanto na sua relação com o irmão, salta aos olhos!
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Cena da tentação do patricídio |
“Pai... Por que ele nasceu?...”
Debaixo de um carro sem uma das rodas, erguido por um macaco, o pai faz reparos.
Jack se aproxima, a tentação o ronda mais uma vez... Basta empurrar a alavanca
do macaco e ele ficará livre do pai... Não o mata. Mas pouco depois, em oração, pede a Deus
que o mate! Num outro momento, o pai o
acaricia com afeto, mas ele não vê, está dormindo... Penso que esta cena tem também um sentido teológico...
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Jack, adolescente, passa pela traumática experiência de perder a inocência |
O jovem protagonista observa a sua vizinha adulta e casada. Numa ocasião, espera todos saírem, entra furtivamente em sua casa, vai ao quarto, abre a gaveta de roupas íntimas e olha, fascinado, para uma camisola da mulher. Rouba-a! Esconde-a, num primeiro momento, mas depois a joga na correnteza do rio. Sente o peso da culpa... Chora e se envergonha ante o olhar da mãe, mesmo ela não sabendo o que ele fez... "O que foi que eu comecei?... O que foi que eu fiz?..."
Em outra cena, grita com
raiva para o pai: “Ela ama só a mim!”, em referência à mãe. O pai não reage.
Apenas o olha assustado, como se se questionasse sobre a causa da revolta do
filho. Aqui pode parecer inevitável não associar a atitude de Jack ao Complexo de Édipo
freudiano. Mas Jack não detesta o pai simplesmente por querer a mãe só para si.
Não se trata de uma rivalidade pelo amor da mãe, mas sim de não aceitar as
correções, exigências, incoerências e abusos de autoridade do pai.
Tendo machucado e magoado o irmão mais novo, Jack se dá conta da maldade do que fez: “Como faço para voltar?... Onde
eles estão?...” “Voltar” talvez seja uma referência ao estado de
inocência primevo, perdido nas primeiras transgressões conscientes. Mas não pude chegar a uma conclusão sobre quem ou o quê seriam “eles”.
Depois, tenta animar o irmão,
beija-lhe o braço, numa maneira de pedir desculpas com um gesto.
Dá-lhe um pedaço de madeira e, como que querendo redimir-se, diz: “Você pode me
bater, se quiser”. O irmão ameaça, mas não bate. Então, Jack lhe pede desculpas
e o irmão não somente o perdoa, mas manifesta gestos paternais de compreensão. De pé, iluminado pela luz que entra da janela, o irmãozinho põe a mão sobre a
cabeça abaixada de Jack. Parece o próprio Cristo perdoando um penitente...
Então, o pequeno arrependido reflete: "O que foi que você me mostrou?... Eu não sabia como nomear você, pecado... Mas eu direi que aquilo era você... Sempre você estava me chamando..." Eu diria que, nesse instante, o protagonista identifica com clareza o gosto amargo do pecado, do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, com suas propriedades sedutoras e corruptoras, tentadoras e destrutivas.
A partir daí, Jack torna-se mais
afável, reaproxima-se do pai, ajuda-o na horta, arranca uma folha estragada de
uma verdura, o que também me parece significar algo mais... A imagem da poda de uma planta muitas vezes é símbolo da poda do caráter, da retirada das partes deterioradas do Ego, a purificação, a limpeza da planta interior que possibilita a regeneração!
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Sean Penn interpreta Jack na vida adulta |
Já adulto, Jack reflete: “Você falou comigo através dela. [provável referência à mãe] Você falou
comigo dos céus. As árvores. Antes mesmo de eu saber que te amava, que
acreditava em você. Quando foi que você tocou meu coração pela primeira vez?...”
A Árvore
"Ajudem-se uns aos outros. Amem a todos. Cada folha. Cada feixe de luz. Perdoem." (Voz da Sra. O'Brien, numa cena em que ela aparece brincando com os filhos)
O Gênesis narra que havia duas árvores no jardim do Éden:
I) A árvore da Vida, que é a árvore da imortalidade, da qual só se pode comer permanecendo inocente.
E II) A árvore do conhecimento Bem e do Mal, portadora do fruto proibido, que podemos identificar como "pecado".
Como sabemos, Deus
expulsa o primeiro casal do Paraíso, tornando-os passíveis de sofrimento e morte, e ordena aos anjos que guardem a Árvore da Vida: uma vez que perdemos a inocência, a pureza e a bondade originais, perdemos o direito à imortalidade.
Numa cena de sua vida adulta, Jack, refletindo sobre o irmão
morto precocemente, olha para uma árvore cercada de altos edifícios e pergunta:
“Como foi que eu perdi você?...”
O abandono da inocência e opção pela rebeldia é a
rejeição da Árvore da Vida e a opção pelo fruto proibido. Mas você não precisa crer no Gênesis para aceitar o dado antropológico de que o homem tende naturalmente para o egoísmo e, não raramente, para o mal. Filosoficamente, essa tendência pode ser chamada de "existencial negativo".
É o que nos leva a dar mais valor a futilidades inúteis do que às coisas que realmente importam, o que nos inclina a fazer coisas imbecis, muitas vezes perversas, e a ter preguiça
de fazer o bem.
Ante essa inclinação, o homem pode simplesmente ceder a ela ou pode acolher a Graça e lutar contra o "existencial negativo" de sua natureza.
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Há dois caminhos: o da Natureza e o da Graça. Você tem que escolher qual vai seguir. |
O caminho da Natureza é fácil, automático e cômodo. O da Graça supõe o sofrimento, a humildade e a renúncia como instrumentos de purificação. Quem escolhe o caminho da Graça deve aceitar o sofrimento com resignação, com sentido sobrenatural, não com revolta. No filme, pela figura de um padre, Malick nos diz:
“Não podemos ficar
no mesmo lugar. Temos que continuar nossa jornada. Temos de encontrar aquilo
que é maior que a riqueza, que o destino. Nada, senão isso, pode nos trazer a
paz. O corpo do sábio ou do justo está livre de dor? De inquietude? Da
deformidade que pode destruir sua beleza ou da fraqueza que pode destruir sua
saúde? Você confia em Deus? Jó também estava próximo do Senhor. Seus amigos e
seus filhos são a sua segurança? Não há esconderijo em todo o mundo onde os
problemas não possam encontrá-lo. Assim como Jó, ninguém pode saber quando o
sofrimento baterá à sua porta. No momento em que tudo foi tirado de Jó... ele
sabia que fora Deus que o havia feito. Parou então de se preocupar com as
coisas efêmeras da vida e passou a procurar aquilo que é eterno...”
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Ilustração cristã sobre os dois caminhos que podemos escolher |
Pelos dramas dos personagens, sobretudo do jovem Jack e de seu pai, Malick expõe, nuas e cruas, a nossa soberba, a nossa ingratidão*, a nossa inquietude, a nossa irracional insatisfação, a nossa cegueira...
*O filme faz-nos recordar que tudo o que recebemos nesta vida é dom, é gratuidade amorosa, seja do Criador, seja dos pais, que são também sinais do amor d'Ele. Logo, é tolice e arrogância nossa querer exigir mais do que nos é dado e querer estar sempre isentos de contrariedades! A atitude que Malick parece nos propor é outra... Uma atitude de gratidão, amor, perdão e aceitação das contrariedades!... "Nu saí do ventre de minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu, o Senhor tirou:
bendito seja o nome do Senhor!" (Jó 1,21)
Se há alguma crítica no
filme, é a crítica à resistência da soberba egoísta, que frequentemente
pode se tornar violenta e revoltosa, à gratuidade do Bem. Mas, mais do que isso, Malick nos mostra o caminho para termos acesso novamente àquela Árvore perdida!
Penso que este longa tem muito a dizer à
nossa geração, uma geração que se considera mais "esclarecida" do que
todas as outras precedentes, uma geração que gosta de falar de "humildade" e
posar de virtuosa, mas que é incapaz de admitir as próprias culpas, de pedir
perdão, de abaixar a cabeça e de se ajoelhar! Uma geração que parece dizer: “Se Deus existe, então Ele tem obrigação
de alegrar suas criaturas o tempo todo, de não deixar que sofram, nem um
pouquinho que seja, nem para o seu próprio crescimento, nem para a expiação
das suas próprias culpas!” O mundo está cheio de gente que quer que Deus as faça felizes aqui e agora, não na Eternidade, não do jeito d'Ele, mas "do meu jeito e já!"... Supõem: "Se Ele não faz todos imediatamente felizes, Ele não é Deus, Ele não existe! É apenas uma ilusão que dá conforto pra alguns ingênuos!"...
Malick nos permite admitir que o sofrimento, uma vez aceito com contrição, redime, faz crescer, traz reconciliação e se transfigura no final em alegria e dom, como na cena paradisíaca em que a mãe O'Brien, que outrora chorava pelo seu rebento morto, declara aos Céus: "Eu o dou a Você. Eu Lhe dou meu filho."
Notórios
autores espirituais cristãos, alguns deles santos, chamaram a própria Cruz,
símbolo do martírio de Cristo, de “Árvore da Vida”. Existem inclusive hinos que
a chamam assim. Mas por quê?... Bem, talvez porque o “bendito fruto” da árvore
da Cruz, que é o próprio Cristo crucificado, nos restituiu a possibilidade
(perdida do Éden) de uma Vida Eterna, sem angústias nem dores.
Nesse
prisma, o filme resgata as imagens teológicas da Criação e da Redenção para
mostrar como estes dois atos divinos de proporções cósmicas se fazem presentes
em uma família comum. Ou, ainda, é sobre como a reconciliação salvadora se faz
possível pela abertura à Graça e pela aceitação do sofrimento (não num sentido
masoquista, mas como algo próprio da natureza humana caída, que precisa sofrer;
não em vão, mas para expiar, para reparar pelos males que fazemos e pelo bem
que negligenciamos).
Um
viciado em crack que quiser se desintoxicar e se libertar do vício,
necessariamente vai sofrer! A abstinência pode ser terrível! No entanto, o
sofrimento é necessário para o seu tratamento, reabilitação e cura, como em
quase todos os casos de doenças e vícios humanos. É por isso que médicos e
terapeutas às vezes nos fazem sofrer e é por isso que Deus muitas vezes permite
que soframos neste mundo de misérias.
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Uma lei que vale para o corpo, e mais ainda para o espírito. |
Sem
padecimento, dificilmente alcança-se uma cura ou uma evolução pessoal. “No pain, no gain!” (“Sem dor,
sem ganho!”), dizem os treinadores e praticantes de exercícios físicos. O
mesmo vale para o nosso eu mais
profundo, o eu espiritual. O
sofrimento faz-se inevitável se quisermos sanar e desenvolver o cerne mais
profundo da nossa natureza.
Embora
muitos falem de “várias interpretações possíveis”, fica patente que este filme
retrata como a nossa natureza viciada, além de repudiar ser contrariada,
fomenta o orgulho, a violência, a rebeldia. Enquanto isso, a Graça, por vias
insondáveis, nos suscita o arrependimento e nos impele a uma iniciativa de humildade,
que tem, por fim, a plena reconciliação do homem (não só com o seu pequeno círculo
familiar/social, mas também com o macrocosmo e com o Autor de ambos) e sua
realização plena, sua felicidade última.
Zeca Camargo
A essa altura, o leitor já deve estar se perguntando: "Mas o que o Zeca Camargo, que você invocou no título, tem a ver com tudo isso?..." Bem, no ano em que o filme chegou aos cinemas, o famoso jornalista e apresentador escreveu um artigo sobre o longa intitulado "O Cômico e o Cósmico" em seu blog no portal G1. E me chamaram a atenção as suas seguintes palavras:
"O filme mexeu tanto comigo que me fez reconsiderar até mesmo minha
posição com relação à fé. Ela é um pouco complexa (e indefinida) demais para eu
poder dividi-la hoje aqui com você, mas, apenas para continuar a discussão,
digamos que eu já tinha resolvido que fé era uma coisa que não faria parte da
minha vida. Mas aí chega Malick e me reapresenta a Graça Divina como o único
amor que de fato pode nos salvar – como não me sentir cutucado com isso? As
perguntas que Jack – e eventualmente seu pai e sua mãe – colocam ao Criador são
longe de ser tolas, ou simplesmente retóricas. São pontuais e indispensáveis
para nos fazer pensar na cena que estamos vendo – e nos provocar por muito
tempo depois que saímos do cinema."
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Um filme que aponta para o Alto e potencializa nossa percepção do influxo da Graça |
A quem queira objetar que a "fé" do Zeca chacoalhada pela obra de Malick era, na verdade, uma "não-fé", convido à leitura desta obra www.bit.ly/1UeVz0Y e encerro este artigo com um trecho das cenas finais do filme To The Wonder ("Amor Pleno", no Brasil), também dirigido por Malick, e dois bônus literários: um poema de Adélia Prado e um trecho do romance Os Irmãos Karamazov, de Dostoiévski, que casam perfeitamente com A Árvore da Vida.
Cenas de espiritualidade no filme Amor Pleno:
https://www.youtube.com/watch?v=cPnFThIH7Qo
Jó
consolado
(Adélia Prado)
Desperta, corpo cansado;
louva com tua boca a cicatriz perfeita,
o fígado autolimpante,
a excelsa vida.
Louva com tua língua de argila,
coisa miserável e eterna,
louva, sangue impuro e arrogante,
sabes que te amo; louva, portanto.
A sorte que te espera
paga toda vergonha,
toda dor de ser homem.
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Só está apto a acolher a Graça e comer do fruto da Árvore da Vida
quem estiver apto a passar pela provação de Jó |
Excerto de "Os Irmãos Karamazov", de Fiódor Dostoiévski, Parte II, Livro Sexto, Capítulo I, b:
“Havia na terra de Hus um varão
justo e piedoso, que possuía muitas riquezas, tanto em camelos como em ovelhas
e jumentos. Os seu filhos se divertiam, e ele, que os amava muito, rogava a
Deus pelos filhos, temendo que tivessem pecado ao divertir-se. E eis que o
diabo se aproxima de Deus, juntamente com os filhos de Deus, e diz ao Senhor
que ele percorrera toda a terra, por cima e por baixo. Viste o Meu servo Jó?,
pergunta-lhe Deus, com muitos louvores ao seu santo servo.
O diabo sorriu:
Entrega-me o teu servo e verás que ele murmurará contra ti e maldirá o teu
nome. Então, Deus entregou ao demônio o seu justo, que ele tanto amava. O diabo
feriu os seus filhos e o seu gado e destruiu as suas riquezas com a rapidez do
raio. Jó rasgou as suas vestes e atirou-se ao solo exclamando: Saí nu do ventre
de minha mãe e nu voltarei à terra. Deus me deu e Deus me tira tudo. Bendito
seja o nome do Senhor, agora e sempre, pelos séculos dos séculos!’ [...]
Quanta grandeza e que mistério
inconcebível! Ouvi muitas vezes os detratores dizerem: ‘Como pôde o Senhor
entregar ao demônio o mais amado de seus santos, tirar-lhe os filhos e enchê-lo
de chagas, a tal ponto que ele tirava o pus com o caco de uma telha? E tudo
isso para quê? Apenas para se vangloriar diante de Satanás: Vê o que é capaz de
suportar o meu santo por amor a Mim!’
– Mas é isso que constitui a grandeza do
drama, esse encontro da efêmera aparência terrestre com a verdade eterna. Aqui
o Criador, aprovando a sua obra, como nos primeiros dias da criação, olha para
Jó e novamente se regozija. E Jó, louvando o Senhor, serve não só a ele, mas a
toda a sua criação... [...]
É como a representação do mundo do
homem e de seu caráter, tudo explicado para os séculos dos séculos. E quantos
mistérios resolvidos! Deus restabelece Jó em sua posição primitiva e dá-lhe
novas riquezas. Passam muitos anos e eis que ele tem novos filhos, a quem
dedica seu amor. Senhor!
Como podia ele amar esses novos filhos, depois de
haver perdido os outros? A lembrança dos primeiros permite que ele seja
completamente feliz, por mais que os novos filhos lhe sejam caros? Mas isso é
possível, sim: a antiga dor transforma-se misteriosamente e pouco a pouco numa
doce e comovida alegria; a ardência do sangue juvenil é substituída por uma
serena velhice. Bendigo diariamente o erguer do sol, e, como outrora, o meu
coração canta um hino em seu louvor, porém amo muito mais o crepúsculo, os seus
longos raios oblíquos e, com eles, as doces e ternas recordações, as imagens
queridas e de toda a minha longa vida bem-aventurada – tudo isso dominado pela
verdade de Deus, que apazigua, reconcilia e absolve.”